terça-feira, 10 de novembro de 2015

SE reúne condições para cultivo e exportação de soja



Este ano, dois navios já saíram do Terminal Marítimo Inácio Barbosa com 54,7 toneladas do produto


O estado de Sergipe reúne várias condições para cultivar e exportar a soja não transgênica, esta foi a conclusão do debate que reuniu representantes da Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Embrapa Tabuleiro Costeiros e, do Comitê de Investimentos do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB). O encontro aconteceu sexta-feira (6) no escritório operacional do TMIB, localizado na Barra dos Coqueiros.

O Brasil já está exportando soja não transgênica por Sergipe, disse o assessor especial e representante do Governo de Sergipe no Comitê de Investimentos do TMIB, José Oliveira Júnior. “Este ano, dois navios já saíram do Terminal Marítimo Inácio Barbosa com 54,7 toneladas do produto. Precisamos, agora, estimular o cultivo, produção e exportação da soja sergipana. Por este motivo, o Comitê de Investimentos do Terminal Marítimo convidou a Seagri e Embrapa para amadurecer este debate sobre as possibilidades de implementação do cultivo da soja em Sergipe, voltada para a exportação”, explicou o representante do governo.

Oliveria Júnior disse ainda que ampliar a atividade produtiva para exportação é uma das prioridades do Planejamento estratégico do Governo de Sergipe.

Já o secretário de estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, afirmou que os agricultores sergipanos têm uma impressão muito boa sobre o cultivo da soja. “Ouvi o testemunho de pequenos produtores particulares que plantaram a soja para complemento da ração animal, e a impressão foi muito boa. É importante agora conhecermos a experiência da Embrapa nas áreas de cultivo experimental”.

Logística e mercado


Para o representante da diretoria comercial da empresa Valor da Logística Integrada (VLI), Eduardo Calleia Juger, “o estado de Sergipe reúne condições logísticas importantes para fomentar ainda mais operações comerciais com a soja”.

Ele apresentou um estudo mostrando as condições favoráveis de malha de transporte e portuária do estado. “Existem condições logísticas para se viabilizar uma estrutura produtiva e comercial que envolva os estados da Bahia, Sergipe e Alagoas”, disse.

Explicou que existe um mercado internacional garantido para a compra da soja não transgênica, em especial para o Japão que privilegia a compra de soja orgânica para produção de alimentos.

O projeto é fazer operação específica. Não se tem a pretensão de buscar grandes volumes, afirmou Calleia. Segundo ele, o modelo de produção proposto é sustentável com selo social, ou seja, cultivar um produto com grande valor proteico, originado da agricultura familiar - como acontece com a produção de milho - e que combine com o plantio de outras culturas sem provocar degradação ambiental.

Os estudos da Embrapa


Participou também do debate o Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Sérgio Oliveira Procópio. Ele explicou que existe um estudo da Embrapa, resultado de três anos de pesquisa, sobre a soja em Sergipe. “A empresa de pesquisa desenvolveu uma variedade de soja que se adapta muito bem ao tipo de clima e solo nesta região”.

Sérgio detalhou que “a região do agreste sergipano apresenta um solo com alta fertilidade e temperaturas mais baixas durante a noite, favorecendo o cultivo da soja. O cultivo deve ser feito no período de chuva entre abril a setembro, sendo que de 15 de maio a 15 de agosto é quando se apresenta melhor volume histórico das chuvas no estado”. “Pesquisadores da região sul ficaram surpresos com o resultado dos experimentos da soja em Sergipe. Para se ter ideia, a média de peso de um grão fica entre 15 a 18 gramas, mas em Frei Paulo, o grão chegou a pesar 25 gramas, com 21% de oleosidade e 41% de proteínas”, explicou o pesquisador. 

Ampliando o debate


Os representantes do governo de Governo de Sergipe, da Embrapa e VLI decidiram ampliar o debate. Eles realizarão, ainda em novembro, mais um encontro, ampliando o convite para as instituições financeiras, sindicatos de trabalhadores rurais e outras instituições de representação dos agricultores e operadores comerciais a exemplo da Multigrain.

Participaram do debate o assessor especial do Governo de Sergipe, José Oliveira Júnior, o secretário de Agricultura, Esmeraldo Leal, o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Sérgio Oliveira Procópio, e os membros da VLI, Álvaro Pinto de Oliveria Neto, João Henrique Barbosa Lopes de Melo, Valdeilson Paiva, Eduardo Calleia Junger, e José Ciderira.




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