segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

ENERGIA: Uma usina única em Sergipe

Com esse título, a revista Galileu, publicou uma muito interessante e fundamentada matéria escrita por Amarilis Lage, publicada em 12/12/2016, que este blog transcreve aqui.

Veja aqui o link para a matéria da Revista Gaileu: http://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Energia/noticia/2016/12/uma-usina-unica-em-sergipe.html.

Como a instalação da maior e mais eficiente termelétrica do Brasil pode fazer diferença no Nordeste


No Brasil, seca não significa apenas falta d’água na torneira. Significa também falta de luz. Com uma matriz energética fortemente baseada em hidrelétricas, o País se depara com o risco de apagões quando a estiagem se prolonga. E, no Nordeste, ela já dura cinco anos. Em novembro, dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostravam que a barragem de Sobradinho operava com apenas 5,69% de sua capacidade – cidades antes submersas pelo rio São Francisco voltaram a ser vistas na superfície.

É nesse contexto que gera impacto o acordo firmado pela GE e pela CELSE (Centrais Elétricas de Sergipe) para instalar a maior e mais eficiente usina a gás do País, em Barra de Coqueiros, município da Região Metropolitana de Aracaju. A usina Porto de Sergipe poderá gerar até 1.516 MW de energia – o suficiente para atender 15% da demanda por energia no Nordeste. O projeto já está em execução, com o início das operações previsto para 2020.

A novidade deve estimular o desenvolvimento econômico local, destaca Eduardo Maranhão, presidente da CELSE. Não só pela disponibilidade de energia elétrica como também de GNL (gás natural liquefeito) – a estrutura criada para receber o combustível terá capacidade para atender outras empresas no futuro. “Hoje, o País conta com terminais para importação de GNL no Rio de Janeiro, na Bahia e no Ceará. Com o Terminal Marítimo Inácio Barbosa, em Sergipe, teremos mais com¬petitividade para o setor.”

O projeto também pode fazer diferença do ponto de vista ambiental. Embora seja uma fonte fóssil, o GNL é uma opção muito mais limpa que o diesel e o carvão, usados hoje em dezenas de termelétricas no País. “A nova usina traz a chance de aposentar termelétricas antigas, mais poluentes. Com GNL, temos 90% menos emissões, se comparado com as termelétricas a diesel”, afirma Daniel Meniuk, diretor executivo da GE Power. Segundo ele, as termelétricas funcionam como um sistema de backup para as fontes de energia renováveis – como eólica e solar. “Como essas fontes passam por variações sazonais, as termelétricas ajudam a equalizar a produção de forma confiável”, afirma Meniuk, reforçando que apostar na diversidade é a melhor estratégia para o grid.

Além disso, a usina Porto de Sergipe é um belo exemplo de como GE Store faz a diferença na hora de oferecer soluções inovadoras para atender à crescente demanda energética no Brasil. Nesse projeto, a GE vai liderar o processo de construção da planta e fornecer equipamentos responsáveis pela geração e transmissão de energia, como transformadores fabricados no Brasil. Ainda, para garantir energia segura, eficiente e confiável, a GE irá construir uma subestação de 500 kV dentro da usina, ampliar uma subestação existente com a inclusão de uma baía e instalar 33 km de linhas de transmissão. Com a aquisição da Alstom Power & Grid, um portfólio completo foi composto para oferecer soluções no setor de energia, que vão da geração até a transmissão de eletricidade. Hoje os equipamentos da empresa já são responsáveis por mais de 33% de toda a energia produzida no País, o que dá mais de 47 GW.

SOLUÇÃO COMPLETA


O contrato, de US$ 900 milhões, é do tipo “turn key” – ou seja, a CELSE receberá tudo pronto da GE, que também vai conectar a usina à rede de alta tensão, construindo as linhas de transmissão até a subestação mais próxima, a 30 km de distância. A grande vantagem desse modelo é que ele mitiga os riscos de execução, afirma Maranhão. E acrescenta: isso se reflete também na disposição dos bancos para financiar o projeto. O contrato ainda dá para a GE a operação e a manutenção da planta por 25 anos.

Um dos destaques da iniciativa é o uso das turbinas 7HA – classe que foi agraciada com o Guinness World Records, em junho, graças a sua eficiência. A conquista resulta de vários avanços, ressalta Meniuk, citando dois diferenciais da HA: materiais extremamente resistentes a altas temperaturas e um combustor que alia sensibilidade e precisão. Esta será a primeira do tipo a ser instalada no Brasil. A usina Porto de Sergipe integra o futuro Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, que contará com outras duas usinas e será capaz de gerar, ao todo, 3 GW. Toda a iniciativa foi licenciada em conjunto, conta Maranhão. Mas o prazo final para a instalação do complexo depende da realização, por parte do governo, de novos leilões de obras de energia nova.

Termeletrica de Sergipe (Foto: Caminhos Para o Futuro)
Infogáfico

Termeletrica de Sergipe
(Foto: Caminhos Para o Futuro)(Infográfico: Caminhos Para o Futuro)
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Potencial energético de Sergipe atrai grandes empreendimentos


Sergipe tem cinco grandes potenciais de geração energética. Além da produção hidroelétrica, através de Xingó, o estado irá contar com a termoelétrica Usina Porto de Sergipe I, que recentemente lançou sua pedra fundamental na Barra dos Coqueiros e tem previsão para começar a operar em janeiro de 2020, possui um parque eólico no mesmo município, e tem previsão de receber mais um com produção 17 vezes maior, e ainda tem capacidade e exemplos de implementação de geração de energia solar e através da cana-de-açúcar.

Sergipe é um estado rico em termos de produção energética, segundo o assessor especial do governo para políticas de desenvolvimento, Oliveira Júnior. (Foto: André Moreira/ASN)
Sergipe é um estado rico em termos de produção energética, segundo o assessor especial do governo para políticas de desenvolvimento, Oliveira Júnior. (Foto: André Moreira/ASN)
A Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe I fornecerá 1,5 mil megawatts (MW) de energia, metade do que é gerado pela hidroelétrica de Xingó, tornando-se a maior da América Latina. A previsão é que as obras durem 36 meses, gerando 1.700 empregos diretos e indiretos nesse período. O investimento é de mais de R$ 5 bilhões e o grupo responsável pelo empreendimento é o GG Power.

Gerando energia a partir do gás natural, a termoelétrica vai promover o fortalecimento do Porto de Sergipe, por onde será feita a importação do gás, além de ser atração para novos investimentos. A UTE integra também um navio estação de regaseificação. Todo projeto contou com apoio da gestão estadual, por meio do Plano Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).


Edição de 07/10/2016 do Jornal da Cidade.
Edição impressa do Jornal da Cidade de -7/10/2016.


A previsão é que, além do primeiro projeto, Sergipe desenvolva o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, que poderá gerar 3 mil megawatts de energia. O grande empreendimento prevê a implantação de mais duas usinas de geração termoelétrica: UTE Marcelo Déda e UTE Laranjeiras. Essas serão ofertadas nos próximos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel) e pela estatal Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE).

O presidente do grupo GG Power, uma joint venture [empreendimento conjunto] formada entre a GenPower, a britânica LNG Golar Participações S/A e a EBrasil – Eletricidade do Brasil S/A, Marcos Grecco, relatou que Sergipe demonstrou condição propícia para instalação do projeto. “Com a termoelétrica, o estado passa a ser grande produtor de energia, conectado na rede de distribuição nacional e isso beneficia todo o país. É importante dizer que, com as expansões e com os próximos leilões, a gente tenha a possibilidade de ter aqui o maior complexo de termoelétrica do país”, informou.

Potencial energético


Sergipe é um estado rico em termos de produção energética, segundo o assessor especial do governo para políticas de desenvolvimento, Oliveira Júnior. Ele explica que nossa localidade possui um fator muito importante, que é infraestrutura de qualidade. Além de ter acesso fácil a insumos que permitem a geração de energia, Sergipe tem rede de distribuição que permite alcançar diversos lugares do país. “A questão da exportação da energia produzida em Sergipe não é algo que vem de agora, e sim da época da implantação da hidroelétrica de Xingó. Para a energia ser distribuída, eram necessários linhões de produção, que são aqueles grandes fios que vemos sobre canaviais e nas estradas sergipanas. E é isso que é utilizado atualmente”.

Oliveira Júnior comenta que começaram a vir para Sergipe alguns projetos importantes, sendo o primeiro, e que merece destaque pelo porte, a Usina Termoelétrica Porto de Sergipe I. “Com a percepção de que o estado é um bom lugar para produção de energia, começaram a surgir projetos vendidos em leilões. E o mecanismo de compra e venda de energia é um mercado muito ativo no Brasil. Aqui, por exemplo, podemos produzir energia de várias fontes”, acrescentou.


Imagem ilustrativa do site SE Notícias.


A produção de energia é o combustível da indústria. Ou seja, para o assessor de políticas de desenvolvimento do governo, não existe produção industrial sem alta disponibilidade energética. Isso é um dos fatores observados no momento em que alguma empresa decide instalar-se em algum estado, e Sergipe começa a dispor de atrativos para ampliar seu leque fabril.
“A produção industrial em alta escala precisa de disponibilidade abundante de energia elétrica. Então Sergipe ter empreendimentos capazes de produzir grandes quantidades de energia, significa que está se dotando de infraestrutura suficiente para atrair outras empresas. Outro detalhe é que o estado também consegue garantir disponibilidade energética para localidades vizinhas, que vão ter acesso a preços otimizados”, pontuou Oliveira Júnior.

Energia eólica


Já existente em Sergipe, a geração de energia a partir do vento é explorada no município de Barra dos Coqueiros, e pretende ser ampliada a partir da instalação de novo empreendimento, cerca de 17 vezes maior, com previsão de instalação em Riachão do Dantas. A Usina de Energia Eólica (UEE) atual possui 23 torres, com produção de 34,5 MW, e foi a primeira fonte de energia renovável no estado, segundo o assessor do governo. “A geração desse tipo de energia é importantíssima. Ela é produzida a partir de fontes que não se acabam”.

Já o novo projeto eólico de Sergipe, além de Riachão do Dantas, pode abranger os municípios de Tobias Barreto e Simão Dias. A escolha da área, segundo Oliveira Júnior, foi devido ao potencial, por ser uma área de serras. “Esse projeto da Sowitec será explorado, em sua totalidade, ao longo dos próximos 10 anos. A empresa alemã vai disputar seu primeiro leilão este ano. A meta é produzir 510 MW de energia em Sergipe. É algo muito maior que o parque atual, na Barra, e com aerogeradores mais modernos. O investimento completo pode chegar a R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 400 milhões o valor da primeira fase e produção inicial de 140 MW”.

Energia solar

Outro grande interesse de energia renovável em Sergipe é a solar. De acordo com o assessor especial do governo para políticas de desenvolvimento, atualmente, tanto a empresa Sowitec, quanto a Brazil Energy têm projetos em andamento para o aproveitamento no estado. “No mundo todo essa fonte de energia surge como opção interessante e importante para o futuro. As medições iniciais do potencial solar de Sergipe já foram iniciadas e os indicativos que temos é que a produção dessa fonte de energia é boa. Por isso, temos esperança de termos, dentro de um prazo de um ano e meio, pelo menos dois grandes projetos”, afirmou.

A novidade é que, além dessas empresas, o grupo GG Power, da instalação da Usina Termoelétrica, estuda a viabilidade de produzir energia eólica. A intenção foi anunciada pelo presidente do grupo, Marcos Grecco, durante o lançamento da pedra fundamental da UTE em setembro.

Energia da cana-de-açúcar

A energia produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar, em Sergipe, é proveniente de, pelo menos, três grupos econômicos: Iolando Leite, em Capela, com produção de 8 MW; Campo Lindo, em Nossa Senhora das Dores, 25 MW; e São José do Pinheiro, em Laranjeiras, 17,5 MW. São usinas que, além de produzir álcool combustível, o etanol, que é fonte de energia, também aproveitam a cana para gerar energia termoelétrica para vender. Segundo Oliveira Júnior, elas são importantes e geram renda adicional muito importante no campo, gerando reflexo na economia de cana-de-açúcar.

Microgeração de energia


Importante no setor de energia, a microgeração, produção de pequenas quantidades de energia, é uma opção para particulares que queiram investir no setor. Segundo o assessor do governo, nesse sentido, observa-se muito o desenvolvimento para geração de energia solar, através da colocação de painéis em telhados. A produção é comercializada para a Companhia de Energia que, consequentemente, abate a venda na conta do consumidor que a forneceu.

“Não é investimento muito caro e existem instituições que financiam isso. É um mercado em franco crescimento no Brasil. Existem várias empresas especializadas que podem fazer instalações solares, dão o suporte necessário para saber o que comprar, onde instalar, qual a capacidade de geração, e a legislação brasileira permite que a energia seja vendida. Isso tem efeito muito saudável para o conjunto da economia, e significa menores custos e maior disponibilidade energética. Para o consumidor,  isso também pode significar alívio na conta de energia, além do uso de fonte limpa e renovável. São várias vantagens da microgeração de energia”, destacou Oliveira Júnior.


Links para publicações:
http://senoticias.com.br/se/potencial-energetico-de-sergipe-atrai-grandes-empreendimentos/
Edição do Jornal da Cidade para download:
http://www.jornaldacidade.net/sgw/upload/JC_07-10-2016.pdf

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Significados da implantação da Usina Termelétrica Porto de Sergipe

Ricardo Lacerda* e Oliveira Júnior*

Foi lançada na última quarta-feira no município da Barra dos Coqueiros, com a presença do Governador Jackson Barreto, a pedra fundamental da Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe. A UTE Porto de Sergipe terá a capacidade de gerar 1.500 MGW e é, no momento, a maior usina termoelétrica projetada do país e da América Latina. Para avaliar a dimensão do empreendimento é suficiente assinalar que a UTE Porto de Sergipe equivale a meia Usina Hidrelétrica de Xingó, situada na divisa entre Sergipe e Alagoas, que tem o potencial de geração de 3.162 MGW.
A previsão é que as obras de instalação da UTE durem 36 meses e que, em 2019, a Usina Porto de Sergipe já esteja pronta. Por obrigação contratual, ela deverá entrar em plena operação no início de 2020.

A UTE Porto de Sergipe integrará o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda que prevê a instalação de duas outras unidades. Para gerir a UTE foi criada a empresa Centrais Elétricas de Sergipe, a CELSE, cuja dimensão dos negócios já a qualifica como um dos maiores empreendimentos industriais privados do estado, somente rivalizado pela empresa Vale. Os investimentos para a instalação das unidades deverão alcançar montante superior a R$ 5 bilhões. No período de instalação da UTE Porto de Sergipe serão gerados 1.700 empregos, entre diretos e indiretos.

A implantação de empreendimento de tal porte, em uma atividade estratégica para o desenvolvimento econômico como a geração de energia, tem muitos significados para Sergipe e para o Brasil e, ao mesmo tempo, reflete uma mudança radical na institucionalidade que marcará daqui por diante os grandes projetos de infraestrutura energética a serem implantados no país.
É simbólico que o empreendimento se situe no espaço destinado nos anos noventa ao Polo Cloroquímico de Sergipe, em área contígua ao Terminal Portuário Inácio Barbosa.

O Pólo Cloroquímico de Sergipe

Quem consultasse no início dos anos noventa o verbete Sergipe na versão brasileira da Enciclopédia Britânica, antes mesmo da internet ser lançada, lá veria que o Pólo Cloroquímico de Sergipe era o principal projeto de desenvolvimento do estado.
O polo foi criado por decreto presidencial ainda nos anos oitenta. Em dez de março de 1988, o presidente José Sarney assinou o decreto nº 95.813 instituindo “o pólo cloroquímico de Sergipe a ser localizado nos municípios de Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas”.
No decreto de sua criação institucional foi assinalado que
“os projetos aprovados para o Pólo Cloroquímico de Sergipe serão considerados prioritários para efeito de concessão de incentivos fiscais e financeiros, para alocação de recursos públicos federais, bem como poderão obter recomendação de serem declarados de relevante interesse nacional”.
O Polo Cloroquímico de Sergipe, como se sabe, jamais saiu do papel. Apesar dos investimentos feitos na infraestrutura de terraplanagem, drenagem e pavimentação das vias internas nenhuma empresa cloroquímica ou de outro setor de atividade foi instalada na área.
Não foi, certamente, por falta de empenho de governantes e técnicos que o polo cloroquímico não se concretizou e sim por conta de profundas mudanças nas formas de regulamentação das atividades no setor.

Nova institucionalidade

As novas formas de funcionamento da economia brasileira inauguradas na década de noventa, com a abertura do mercado interno à competição global e com a desregulamentação da atividade produtiva, muito especificamente nos polos de  indústrias de base, encerrou as perspectivas de implantação de novos complexos capitaneados pelo setor produtivo estatal, fortemente protegidos da competição externa.
Nesses quase trinta anos entre a concepção do Polo Cloroquímico de Sergipe e o início da implantação do Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda  tivemos não apenas a reforma ortográfica que retirou o acento agudo da palavra polo como a natureza da regulamentação da atividade econômica sofreu radical transformação.
A UTE Porto de Sergipe resultou de arranjo institucional complexo que foi estruturado entre empresas nacionais, empresas transnacionais provedoras de tecnologia e de suprimentos e fundos de investimentos estrangeiros.

O Consórcio

A concepção do projeto teve início ainda em 2012 quando a empresa brasileira GenPower procurou o Governo de Sergipe demonstrando interesse em implantar uma unidade de geração de energia no estado. Ao lado de parceiros, o grupo empresarial alcançou sucesso no Leilão A-5 de Energia de abril de 2015 para a implantação da UTE Porto de Sergipe.
A estruturação do projeto contou com a participação da Golar LNG Limited, empresa de origem inglesa, sócia do empreendimento e fornecedora do navio de regaseificação, e do grupo pernambucano de energia EBrasil.  
A gigante petrolífera Exxon Mobil participa com o megacontrato para fornecimento de gás natural para a Usina Termoelétrica Porto de Sergipe, decisivo para a implantação do empreendimento. Os investidores formaram o grupo GG Power, responsável pelo projeto. O grupo GG Power tem como parceiro investidor na UTE Porto de Sergipe a Stonepeak Infrastructure Partners, fundo de investimento norte-americano com sede em Nova York.
Será instalada uma unidade flutuante de regaseificação no Teminal Marítimo Inácio Barbosa que recebe o gás natural em estado líquido e o devolve ao estado gasoso.
O Complexo Termoelétrico Governador Marcelo Déda prevê a instalação de mais duas usinas de geração, a UTE Marcelo Déda e UTE Laranjeiras que virão a ser disponibilizadas em leilão da ANEEL. Quando completo, o complexo gerará cerca de 3 mil megawatts de energia, da mesma grandeza da Hidrelétrica de Xingó.
A viabilização da UTE Porto de Sergipe é o início da concretização do sonho acalentado por décadas de implantação de um polo industrial de grande porte na região portuária de Sergipe. A expectativa do governo e dos investidores é de que a disponibilidade de ampla oferta de gás natural atrairá importantes projetos industriais para a região, em prol do desenvolvimento econômico e social de Sergipe, em formato institucional que não estava no horizonte das possibilidades nos anos oitenta e noventa.





*Economistas e Assessores de desenvolvimento do Governo de Sergipe.
Publicado no Jornal da Cidade, em 02 de outubro de 2016

Link para edição integral em PDF do "Jornal da Cidade" na edição indicada: http://www.jornaldacidade.net/sgw/upload/2016-10-03_06-39-25_1.pdf




quinta-feira, 28 de abril de 2016

EXXONMOBIL FECHA ACORDO PARA GNL DE TERMELÉTRICA EM SERGIPE

Com foco nos próximos anos, uma nova parceria chega ao mercado brasileiro de óleo e gás. A ExxonMobil fechou acordo para se tornar fornecedora exclusiva de GNL à termelétrica da Golar GenPower no Porto do Sergipe, o que também deverá se estender a outros projetos da joint venture liderada pela empresa norueguesa. Anunciado nesta semana, o tratado deverá abranger as novas fases de desenvolvimento da usina, que possui uma capacidade de geração estimada em até 1,5 GW e está prevista para iniciar suas operações em 2020.

Vencedora do leilão de energia A-5 do ano passado, a UTE Porto de Sergipe deverá somar aproximadamente R$ 3,2 milhões em investimentos até a conclusão das obras, administradas pela subsidiária GPE Sergipe. Segundo comunicado emitido pela Golar, o acordo com a ExxonMobil representa um novo passo em direção a novos projetos conjuntos no mercado brasileiro pelos próximos anos.

Do site Petronotícias

Além disso, a companhia afirma que pretende investir em projetos no Leilão de Energia A-5, que deverá ocorrer no próximo mês de abril. O certame, que já teve sua data adiada três vezes pelo Ministério de Minas e Energia (MME), irá contratar usinas de geração para operar a partir de 2021, com contratos que variam de 20 a 30 anos. No total, 1.055 empreendimentos estão cadastrados, totalizando mais de 47 GW.

No link http://www.petronoticias.com.br/archives/80835 você encontra a matéria completa do site da PetroNotícias.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Revista EXAME destaca agronegócio em Sergipe



Texto da revista EXAME em edição desta semana:

"Até há pouco tempo, predominavam no agreste sergipano — uma estreita faixa de terra entre a região costeira e o sertão, com solo fértil e chuvas regulares — a agricultura familiar de subsistência e a pecuária extensiva de baixa produtividade. A situação começou a mudar nos últimos anos, quando produtores da região perceberam uma oportunidade: em função do clima local, a colheita de milho ocorre de novembro a fevereiro, no período de entressafra de outras áreas produtoras.

Com isso, podem abastecer na entressafra granjas de frangos e suínos localizadas principalmente em Pernambuco. Atraídos pela possibilidade de ter clientes cativos para sua produção, os agricultores desenvolveram plantações de milho com sementes melhoradas e manejo adequado — elas ocupam quase 300 000 hectares em Sergipe e nos estados vizinhos.

Há dois anos, o estado bateu seu recorde ao colher mais de 1 milhão de toneladas de milho numa safra, dez vezes o que produzia até a virada do século. O milho sergipano passou a ser conhecido como de “terceira safra”, por complementar as colheitas de verão e de inverno das principais regiões produtoras do país."


Leia a íntegra da reportagem aqui.

terça-feira, 15 de março de 2016

AGRESE promove audiência pública para a regulação do gás em Sergipe


Para apresentar e discutir proposta de alteração do regulamento dos serviços de distribuição de gás canalizado, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese), realizará no próximo dia 29 uma audiência pública com foco nos consumidores do produto. Para tanto, está com inscrições abertas aos interessados até o dia 24 de março. A audiência ocorrerá no auditório da Codise, das 8h às 13 horas.

A inscrição prévia é obrigatória para os participantes que pretendam fazer manifestação oral no evento. É aberta a qualquer pessoa, mas é fundamentalmente voltado para os consumidores industriais e residenciais de gás. A agência será responsável por regular todos os serviços públicos concedidos como saneamento, transporte, portos. O setor de gás foi o primeiro trabalhado pela sua importância econômica, mas também pela defasagem da legislação sergipana.

De acordo com o diretor-presidente da Agrese, Edvaldo Nogueira, a agência está efetivamente em funcionamento desde agosto de 2015, mas a equipe já vem há um ano discutindo a questão da regulação do gás natural, considerada de grande relevância para o desenvolvimento do Estado.

“Hoje, o gás é um elemento muito importante na economia e há uma tendência de crescimento como fonte energética, tendo em vista ser ambientalmente o menos poluente dos combustíveis que queimam. Sergipe tem uma empresa e existia um regulamento defasado e, agora, com a mudança que ocorreu nacionalmente, que aprovou novos conceitos, novas possibilidades, estamos fazendo essa audiência pública. Nós vamos apresentar o regulamento que nós acabamos de fazer e vamos submeter à apreciação dos diversos interessados, para que subsequentemente o governador possa fazer o decreto mudando a regulação do gás”, informa o diretor-presidente.

Ainda segundo o diretor, o regulamento vai permitir fiscalizar e dar passos importantes para o fortalecimento do mercado do gás e em torno das prioridades do desenvolvimento estadual.

“Vamos atualizar a lei e fazer com que a partir de agora a gente tenha um plano com a perspectiva de crescimento, inclusive porque vai se instalar aqui uma termoelétrica e ela vai ser movida a gás, o que vai fazer com que Sergipe venha a ter um aporte de gás imenso. Além do consumo, eles vão ser auto importador de uma quantidade grande de gás e este excedente pode ser muito importante para o desenvolvimento de Sergipe. É isso que precisa ser regulado”, ressaltou.

Audiência


“A audiência pública é um elemento muito importante porque a agência precisa compatibilizar os interesses de três entes, dos empresários que são fundamentais para que possa haver o desenvolvimento do setor; do governo que tem que regular, mas fundamentalmente o interesse dos consumidores finais, o maior interesse é que os serviços que são prestados sejam de qualidade e atendam bem todos os consumidores, sejam industriais ou residenciais”, destaca Edvaldo Nogueira.

No formulário de inscrição de expositor deve constar: nome, endereço completo, telefone, nome da empresa ou associação, e número do documento de identidade (RG). Depois de preenchido, o formulário deverá ser enviado para o e-mail ap.regulamentodegas@agrese.se.gov.br. A ficha de inscrição, o aviso da audiência e o regulamento estão disponíveis nos links abaixo.

Agrese


A equipe diretora da Agência assumiu os trabalhos depois da nomeação do governador Jackson Barreto e da aprovação da Assembleia a partir do segundo semestre de 2015. A instituição não existia até então. Sergipe foi o último estado do Nordeste a criara a sua agência reguladora. A lei que a criou é de 2011.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Eletronuclear faz levantamento de potencial nuclear em SE

Comitiva de engenheiros e técnicos estudam locais para abrigar novas usinas atômicas



Nesta semana, engenheiros da Eletronuclear estarão no estado de Sergipe fazendo um levantamento do potencial da região para abrigar futuras centrais nucleares. Visitas similares já foram realizadas nos estados de Minas Gerais, Pernambuco e Alagoas.

A empresa está representada pelo engenheiro Marcelo Gomes, chefe da assessoria para desenvolvimento de novas centrais nucleares e pelo assessor técnico da Diretoria de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente, Roberto Travassos. Uma equipe de técnicos da estatal chinesa Chinese National Nuclear Corporation (CNNC) acompanhará a visita.

“Temos convidado os potenciais fornecedores para essas viagens de reconhecimento de áreas candidatas”, explica Marcelo, “o que permite uma avaliação técnica mais profunda das potencialidades dos locais em estudo. Assim a Westinghouse e a Atmea nos acompanharam em Minas e Pernambuco, e contaremos com outras empresas nas próximas viagens”.

Segundo a Eletronuclear, o governo estadual de Sergipe reconhece os benefícios que um projeto desse porte traz à região, e tem prestado todo o apoio à missão. O grupo foi recebido nesta segunda-feira, 11 de janeiro, pelo governador do estado, Jackson Barreto (PMDB, para um almoço seguido de reunião técnica. Serão visitadas as cidades de Poço Redondo, Porto da Folha e Gararu.

O governador acompanhou a apresentação do projeto da Eletronuclear, ouviu sobre a atuação do grupo chinês e se colocou a disposição das empresas. Ele ainda afirmou que o Governo do Estado continuará participando das discussões e que este é o primeiro passo do processo de instalação do complexo nuclear no Brasil.

“Estamos fazendo os primeiros entendimentos e pretendo fazer uma visita a Angra dos Reis. Estamos também demonstrando interesse para nos inserir nesse contexto e para que exista uma definição ao longo dos anos para que a União, através de um consórcio co-financiado, possa amanhã vislumbrar essa questão da energia. É evidente que, onde quer que seja instalado o complexo, a sociedade vai ter que ser ouvida, e que não podemos deixar de fazer política em longo prazo e pensar no futuro de Sergipe e do país dentro dessa discussão de alternativas para busca de energia”, declarou.

Jackson Barreto também comentou que existe uma preocupação com o meio ambiente e que o país precisa buscar alternativas de geração energia. “A China tem um know-how [conhecimento] muito forte, haja vista que começaram a estudar a implantação de usina nuclear em 1955, e hoje é um país com mais de 30 usinas e estão implantando em várias localidades. Nosso Brasil é continental e carente, principalmente na região Nordeste, de formas alternativas de energia. Estamos vendo o que ocorre com nossos rios, a partir do São Francisco, e não sabemos o que vai nos acontecer no futuro. E sem energia, como vamos desenvolver esse país? Não estou dizendo que a energia nuclear seja a única, pois existem alternativas, mas é a mais utilizada no mundo inteiro atualmente”, acrescentou.

O assessor especial do governo, Oliveira Júnior, ainda explica que a atração de um complexo nuclear teria algumas vantagens, e uma das principais é poder levar obras de infraestrutura importantes e sentido social grande para regiões pobres, de pouca habitação e onde há pouco investimento.

O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, confirmou nesta quinta-feira que o estado de Sergipe é um forte candidato a receber um das usinas nucleares que serão instaladas no Nordeste até 2030, mas ressaltou que ainda é preciso escolher o modelo que será usado no programa. A construção deve produzir 7.200 megawatts (MW) de energia, movimentar um valor equivalente a US$ 5 bilhões para cada usina, podendo atingir até U$ 30 bilhões de investimento, com geração de, aproximadamente, 2 mil empregos.



fontes: http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Noticiario.asp?id=110052
http://agencia.se.gov.br/noticias/governo/sergipe-pode-abrigar-complexo-de-usinas-de-energia-nuclear
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/zimmermann-diz-que-sergipe-e-grande-candidato-a-usina-nuclear-0k66iu2a398xum0fqghaiwj7y