Rodrigo Polito, RJ, afirma hoje no jornal Valor que "o governo dá vários sinais muito claros de que enxerga a geração termelétrica como a melhor opção para o potencial de gás natural a ser descoberto e produzido nas áreas terrestres que serão ofertadas na 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), marcada para 28 e 29 de novembro."
Para o jornalista, foram três os "sinais" do governo: o primeiro foi "as declarações do secretário de Desenvolvimento Econômico e Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, de que o governo prevê a construção de usinas termelétricas na 'boca do poço', ou seja, nas proximidades das possíveis descobertas nos blocos que serão leiloados".
Um segundo fato é que o governo avalia ampliar o despacho (acionamento) de usinas termelétricas no sistema elétrico nacional, devido a menor capacidade de acumulação de águas nos reservatórios hidrelétricos em relação ao crescimento do consumo de energia no país, o que impactará na demanda por produção energética e gás para tanto. E "um terceiro sinal evidente é a demora na publicação do Plano de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat), que está emperrado no MME.".
Se estivesse em Aracaju ontem no lançamento local feito pela ANP para a 12ª Rodada, o jornalista poderia acrescentar à sua lista a fala da diretora da Agência Nacional de Petróleo. Como Magda Chambriard mostrou, usando imagens de poços na proximidade de geradores de energia, a forma de o país superar o gargalo da ausência de redes de distribuição muito amplas é exatamente aproximar a geração da extração. E isso coloca o estado de Sergipe em uma situaçao estrategicamente muito oportuna.
A razão disso é simples: em Sergipe estão fisicamente próximas áreas que podem ser bastante produtivas, e já existe estrutura produtiva sofisticada e suficiente para atender a essas novas demandas. Entre outras coisas, com uma rede de distribuição de energia elétrica traçada paralelamente ao Gasene, a poucos kilômetros um do outro.
Para a produção do cloreto de potássio a partir da carnalita haverá forte demanda por gás. E a empresa Genpower já está desenvolvendo projeto para a geração de 700 MHw de energia a partir do gás. Só isso, já significa demanda de quase o dobro de todo consumo atual do estado.
Mas é apenas uma fração das oportunidades, e o mercado certamente achará outras igualmente valiosas.
José de Oliveira Júnior
Secretário de Subdesenvolvimento Energético Sustentável
Leia o artigo de Polito em http://www.valor.com.br/empresas/3314854/gas-da-12
Nenhum comentário:
Postar um comentário